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INSTRUMENTOS:

Atrav�s do som excitante do berimbau, atabaque, pandeiro e agog�, da malevol�ncia da ginga, da simula��o do combate e improvisa��o das cantigas e ladainhas, os escravos expressavam a sua maneira de ser e existir, ansiando por dias melhores.

"Bate atabaque / o toque da luta / o baque do corpo
A hora do ataque / bate / bate atabaque
Vamos bater afinal um toque / que abra janelas /
Redomas e portas / que abra caminho / pra gente passar
Vamos fazer um amor / de um jeito diverso/
De um jeito mulato / de um jeito humano / sem dor na mem�ria
Pra gente curtir
Fa�amos uma batida infernal / Berimbando esta espera...
Bate atabaque irm�o / bate at� bater essa tristeza
Essa car�ncia de amor.
Bate atabaque irm�o / bate at� surgir / um outro canto /
Uma resposta / o contracanto armado.
Meu irm�o / Aprenda o toque da luta /
N�o � hora de can��o mulata desarmada /
Arma irm�o o esperado ataque
Bate / Bate / Atabaque irm�o."
Mar�lia

I- O berimbau:

    "Louvo aqui o berimbau / ai ai ai mestre de todo capoeira
    que ao escravo ele avisava / ai ai ai a chegada do feitor
    no seu toque o desespero / no seu som vida e valor
    berimbau avisou / � � a chegada do feitor."

    Das Areias

    "Eu vou ler o beab� / beab� do berimbau
    A caba�a e o caxixi / colega v�io / e um peda�o de pau
    A moeda e o arame / colega v�io / a� est� o berimbau
    Berimbau � um instrumento / que toca numa corda s�
    Pr� tocar S�o Bento Grande / colega v�io
    Toca Angola em d� maior / agora acabei de crer / colega v�io
    Berimbau � o maior/ camaradinha / viva meu Deus "

    Jo�o Pequeno

    Regidos pelo som do berimbau, considerado o mestre de todo capoeirista, acompanhado pelo atabaque, pandeiro, agog�, reco-reco, afoux� e dos cantos, os negros falavam da sua terra natal, dos seus sofrimentos, reviviam Zumbi ou pediam prote��o de for�as sobrenaturais.

    N�o temos dados concretos sobre a origem do berimbau, como foi introduzido no Brasil, nem por que vias aqui chegou.

    Temos informa��es do berimbau sendo utilizado nos prim�rdios da coloniza��o, em outras manifesta��es negras, independentes da capoeira. Havia um outro tipo de berimbau, antes do nosso conhecido berimbau-de-barriga, denominado berimbau-de-boca ou trompa de Paris, onde a caixa de resson�ncia, ao inv�s da cabe�a, era a pr�pria boca.

    O berimbau d� o tom e comanda o ritmo para a execu��o das cantigas.

    Ele rege o toque do jogo a ser feito.

II- O pandeiro:

    A mat�ria-prima deste instrumento vai desde o couro de animal ,mais r�stico, ao atuais pandeiro de madeira, pl�stico, ferro, etc, que os pagodeiros e sambistas tanto gostam.

III- O atabaque:

    O verdadeiro atabaque � feito de couro de boi, produzido de prefer�ncia pelo pr�prio dono que o toca.

IV- O agog� e reco-reco:

Agog� � um instrumento met�lico, como uma barra de ferro dobrada ao meio com dois cones met�licos nas pontas. Batendo com uma barra de madeira ou de ferro nestes cones o som do instrumento sai, bem agudo, marcando um ritmo b�sico na m�sica. O reco-reco tem a forma de um toco reto, oco por dentro, de madeira, osso ou metal, cheio de cortes pequenos horizontais, na vertical do instrumento. Tira-se som do reco-reco atritanto um palito resistente na dire��o dos cortes. Ele faz uma percuss�o singela e agrad�vel no som da roda.

M�SICAS:

I- chulas e ladainhas

Certa vez o meu bom mestre
me disse com emo��o
que sozinho uma andorinha
n�o pode fazer ver�o
� por isso que lhe digo
meu amor (minha menina) escute bem
se eu gosto de voc�
c� tem que gostar tamb�m
n�o me olhe desta forma
o capoeira � assim
faz o amor a sua vida
� principio, meio e fim
n�o levo faca de ponta
nem carrego patu�
minha for�a � capoeira
e o meu pai oxal�
um amor assim t�o puro oi iai�
� dif�cil encontrar
pra morder esse capoeira
voc� sempre ir� lembrar
eu viajo pelo mundo
no toque do berimbau
� jogando capoeira
angola e regional
eu viajo pelo mundo
no toque do berimbau
ele cura a ferida
e me tira do meu mal
� que eu sou capoeirista
por favor n�o me leve a mal
fanho

o que eu levo desta vida
� o ax� dos meus irm�os
o amor de uma morena
com calor no cora��o
eu n�o tenho paradeiro
n�o sou bom e n�o sou mau
mas n�o posso resistir
ao toque do berimbau

viola de violeiro
viola de cantador
vem chegando o capoeira
berimbau j� me chamou


os mist�rios dessa vida
eu ainda n�o descobri
o que dela vou fazer
n�o preciso desistir
eu come�o a estremecer
quando ou�o uma viola
e quase sem perceber
eu viajo nesta hora

viola de violeiro...

o jeito que o gunga toca
faz o corpo arrepiar
debaixo do candeeiro
eu vi a luz do luar
vou lembrando da morena
que me deu tanto calor
a saudade vai batendo
saudade do meu amor

viola de violeiro...

l� em cima da janela / da janela do sobrado
tinha uma mo�a chorando / chorando pra se acabar
por causa do cord�o de ouro / que o ladr�o tinha roubado
mas n�o chore dona mo�a / que o ladr�o j� est� sendo procurado
quem pegar este ladr�o / ser� bem recompensado
com um berimbau maneiro / com um gunga ritmado
coro - tintim u� tintim u�
oi a menina de ouro mandou lhe chamar
coro -
dedo de mulher que � dedo/ dedo de mulher que � m�o
o macaco na levada/ dois le�o passou-lhe a m�o
mariposa n�o me prenda/ dentro do seu cora��o
�h �h �h �h/ eu venci a batalha de camuger�
coro - �h �h �h �h
se o mar fosse de tinta/ as ondas papel pautar
o peixe fosse escriv�o/ daquele mais diplomado
n�o teria anotado/ �h, a capoeira que eu venho jogar

a saudade
no cora��o de um capoeira
� igual uma rasteira
��� faz o berimbau parar
� ent�o vai
tocar um toque de angola
onde o capoeira chora
mesmo sem querer chorar
e ai se v�
o lamento do guerreiro
sem rumo sem paradeiro
o poeta que aparece
ele se esquece
que � forte e perigoso
tira o len�o do pesco�o
e joga um verso no ar
e diz amor
por favor espere um pouco
n�o v� me trocar por outro
eu vim aqui j� volto j�
meu amor / por favor espere um pouco
eu vim aqui j� volto j�
oi iai� que eu j� estou quase louco
tony

� seu chefe de pol�cia -bis
o barulho est� formado / tem um cabra l� na pra�a oi iai�
batendo nos seus soldados / capit�o saiu correndo
tenente est� desmaiado / seu caboclo conte direito
n�o me fa�a confus�o / n�o pode ser um s� cabra
batendo num batalh�o / mas o cabra � diferente - oi iai�
n�o se pode segurar / diz at� que n�o � gente
que vem l� de mangang� / sendo assim traga refor�o
chama uma guarda inteira / que ele � filho do dem�nio
� besouro capoeira
oi zum zum zum besouro mangang�
bateu foi na pol�cia de soldado a gener�
oi zum zum zum besouro mangang� - coro
bateu foi na pol�cia na volta que o mundo d�

� n�o me chama de moleque - bis
colega velho / que moleque n�o sou eu
olha quem me chamou de moleque / foi besouro preto , besouro morreu
olha � tu que � moleque
moleque � tu - coro
o juca de amaralina / o juca de amaralina oi iai�
tinha mesmo que morrer / ele quis mexer comigo
sem bem me conhecer/tinha fama de valente
tinha fama de canalha/ agora t� pendurado
no fio da minha navalha/ olha tu que � moleque
moleque � tu - coro

 

ando triste acabrunhado oi iai� meu deus
com uma dor no cora��o /quero jogar a capoeira
mas me falta motiva��o / onde est� a minha for�a
a for�a das minhas m�os / parece que estou preso
com a corrente no ch�o / escravo teve corrente - bis
mas conseguiu arrebentar / eu sou forte e sou valente
tamb�m vou recuperar / capoeira � um grito que vem de dentro
� pro meu peito ecoar / eu vou jogar a capoeira
� tudo que sempre quis / vou parar com esta besteira oi iai�
s� assim serei feliz / capoeira � bom oi iai� eu n�o sei porqu�
� � � o que � bonito � pra se ver- bis coro
capoeira � bom para mim / capoeira capoeira � para voc� eu n�o sei porqu�


quando eu venho de luanda � eu n�o venho s�- bis
trago o corpo cansado
cora��o amargurado
saudade de fazer d�
quando eu venho de luanda � eu n�o venho s� -bis -coro
eu fui preso � trai��o
trazido na covardia
que se fosse luta honesta
de l� ningu�m me trazia
quando eu venho de luanda � eu n�o venho s� -bis- coro
trago as marcas das car�cias
e corpo de a�oite
na boca brilhando a lua
na pele brilhando a noite
quando eu venho de luanda � eu n�o venho s� - bis- coro
trago as penas da saudade
da terra que l� deixei
se a tristeza vem marcada
da mulher que l� deixei
trago as penas da saudade
de tudo que deixei por l�
e pulsando forte nas veias
o sangue dos orix�s
quando eu venho de luanda � eu n�o venho s�- bis- coro
trago ecoando no peito
um grito de liberdade
liberdade eu quero agora
se eu quero n�o vai tardar
liberdade � esperan�a
na for�a dos orix�s
quando eu venho de luanda � eu n�o venho s�- bis - coro
trago os meus p�s inchados
e o meu peito amargurado
como um �dolo de maldade -bis
dentro de mim trago um grito
que um dia ser� ouvido oi iai�
clamando por liberdade
quando eu venho de luanda � eu n�o venho s�- bis- coro
trago as marcas do meu povo
que � de heran�a guerreira
que se faz negro valente
jogador de capoeira
quando eu venho de luanda � eu n�o venho s�- bis- coro

camarada me ajuda - bis
leva pra mo�a o meu recado
diga que eu estou aqui
com o meu berimbau de lado
que eu estou ficando velho
com os cabelos prateados
mas ainda sei can��es
dos tempos de namorados
oi ta ta ta
deram um tiro de amor no cora��o de maria


ai que saudade do calor do meu sert�o
onde o sol brilha mais forte coro
queimando o meu cora��o
o canto do boiadeiro
faz a gente arrepiar
o canto do capoeira
faz a gente at� chorar
na roda de capoeira
sob o clar�o do luar
coro
as mo�as de minha terra
usam vestidos de chita
no cabelo um coc�
la�ado com uma fita
se arruma e se perfuma
oi pra poder ir na missa
coro
se a saudade queima o meu peito
como o sol queima o sert�o
um dia eu sei que volto
pra alegrar meu cora��o
tocando o meu berimbau
e cantando esta can��o
cruzei meu sangue com o dele
e jurei no p� da cruz
que iria me vingar
vingan�a essa muito s�ria
que eu tinha que lutar
com um nego muito forte
s� jogava pra matar -bis
mas o tempo foi passando
eu fiquei a imaginar
que pra ser bom capoeira
tem que ter bom fundamento
muita ginga pra lutar
eu n�o carrego medo
mas ag�ento com mandinga
eu carrego o patu�
se queres jogar vamos l�
� � � berimbau
zum zum zum cord�o de ouro


o berimbau
na roda de capoeira
certa vez silenciou
at� parece
que � coisa do passado
ver um homem ajoelhado
porque seu gunga quebrou
tamb�m sofri
chorei
eu tamb�m compreendia
pois tamb�m naquele dia
eu ganhei meu berimbau
perguntei qual o seu nome
ele ent�o me respondeu
eu me chamo capoeira / da pedra de camafeu - coro
parece
ser� que meu deus conhece
quando o tristeza padece
eu toco o meu berimbau
oh que tristeza
como d�i meu cora��o
se berimbau n�o falasse
eu n�o falava tamb�m
n�o jogava a capoeira
e n�o gostava de ningu�m
mas o meu berimbau fala
fala berimbau / joga a capoeira
camafeu est� chorando / chorando desta maneira - coro


minha pele � negra
como � negra a pr�pria noite
trago as marcas dos a�oites
por onde o sangue jorrava
meu bra�o � forte
como era forte o tronco
onde o negro fraco e bronco
amarrado lamentava
hoje eu sou livre
mas n�o posso esquecer
que pra livre hoje eu ser , meu deus
muita gente j� morreu
n�o � revolta
nem lembrar do que passou
na vida tudo se esquece
e o tempo j� apagou
mas �
que nas noites de tristezas
quando o meu berimbau chora
parece que � mesmo agora
eu ainda posso escutar
um solu�o, um lamento
um barulho de corrente
ai me d� vontade de chorar
no tempo do cativeiro / quando o senhor me batia...
eu rezava pra nossa senhora, ai meu deus
como a pancada do�a

ouvi dizer / que voc� me desprezou
vou me embora pra Bahia / vou morar em salvador
tocarei meu berimbau / e uma chula cantarei
tocarei meu berimbau / e de ti n�o lembrarei
fique sabendo / que depois da capoeira
foi voc� quem mais amei
vamos embora camarada
camarada � hora � hora

II- Corridos:

oi maria tava chorando / mas porque seu amor foi embora
ele foi l� pra beira do cais / jogar capoeira de angola
oi chora maria chora / chora maria o seu bem foi-se embora
oi chora maria chora - coro
quem mandou escolher capoeira de angola
oi chora maria chora - coro

quem viaja pelo mundo - bis
sempre encontra novidade / agora encontrei uma
que encontrei sem ter vontade / vi uma velha feiticeira
acabar com uma feira / de uma grande cidade
� p�o-de-l� � p�o doce - coro
foi no sul de pernambuco
� p�o-de-l� � p�o doce - coro
oi na cidade de gameleira

lua bonita se tu n�o fosse casada
eu pegava uma escada e ia no c�u pra te beijar
se tu juntasse o teu frio no meu calor
pedia a nosso senhor para comigo tu casar
lua bonita n�o me traz aborrecimento
vi s�o jorge em um jumento
cavalgando em seu pilar
porque casaste com um homem t�o sisudo
come, dorme, faz de tudo dentro do seu cora��o
eu vi o sol , eu vi a lua clarear - coro
e mestre bimba me chamando para jogar

faz muito tempo - bis / que essa hist�ria aconteceu
foi numa noite sem lua / quando besouro morreu
foi numa emboscada que fizeram
quando passava besouro / montado num alaz�o
com sete tiros no peito - bis / ai meu deus e facada de tucum
mataram besouro preto � � � protegido de ogum
mas a inveja � m�e da raiva / prima irm� da covardia
e pra morrer, colega velho / cada um tem o seu dia
era besouro era besouro -coro
valente como touro
era besouro era besouro -coro

on�a preta foi l� em casa - bis
bateu na porta e falou / eu sou l� de santo amaro
na roda sou um terror
era besouro era besouro -coro
besouro cord�o de ouro


� quando eu chego  no mercado modelo , modelo , modelo
certo dia num amanhecer, havia muita gente me esperando
e perguntando / o neg�o o que vai ser , mas eu respondo
eu sou capoeira e tamb�m maculel�, la la lau�
la la lau� - coro
berimbau � meu amigo / gosto de voc� la la lau�
jogando com o neg�o , dou rasteira pra valer, caiu no ch�o
perguntando / o que vai ser la la lau�

� luanda � pand�
� luanda � bar�
� tereza canta sentada
� dalila canta de p�
foi l� no cais da bahia
na roda de capoeira
n�o tem lel� n�o tem nada
n�o tem lel� nem lal�
� la� la� la
coro - � l� l�

a bahia � terra boa - bis
l� na porta do modelo / voc� encontra os drag�es
seu gaz� , mas seu d’mola
seu lustroso , seu surr� ao meu lado o colega
cantando essa ora��o
capoeira ...
coro - � jogo praticado na terra de s�o salvador
�h, capoeira...
coro - � jogo praticado na terra de s�o salvador
� meu mano
o que foi que tu viu l�
eu vi capoeira matando
tamb�m vi maculel�
capoeira
coro - � jogo praticado na terra de s�o salvador
capoeira
coro - � jogo praticado na terra de s�o salvador
� sou disc�pulo que aprende
sou mestre que dou li��o
na roda de capoeira
nunca d� seu golpe em v�o
capoeira
� jogo praticado na terra de s�o salvador
capoeira
� jogo praticado na terra de s�o salvador
� manuel dos reis machado
ele � fenomenal
ele � o mestre bimba
criador da regional
capoeira
� jogo praticado na terra de s�o salvador
capoeira
� jogo praticado na terra de s�o salvador
� capoeira � luta nossa
da era colonial
e nasceu foi na bahia
angola e regional
capoeira...
� jogo praticado na terra de s�o salvador
capoeira
� jogo praticado na terra de s�o salvador

tava l� no alto da ribeira
na bahia que � terra de muita f�
a minha m�e � uma grande lavadeira
o meu pai usa peneira na colheita do caf�
de jangada vim pro rio de janeiro
da bahia que � terra de muita f�
mas eu vim porque eu sou bom jangadeiro
e tamb�m sou capoeira e vim aqui foi pra lhe ver
mas eu vinha...
coro - vinha da bahia pra lhe ver - bis
vinha da bahia pra lhe ver pra lhe ver pra lhe ver
assim j� me dizia minha v�
tome cuidado meu filho n�o faz besteira
quando chegar l� no rio de janeiro
na roda de capoeira , tu n�o vai marcar bobeira
mas eu vinha ...
coro - vinha da bahia pra lhe ver - bis
vinha da bahia pra lhe ver pra lhe ver pra lhe ver
chegando l� no rio de janeiro
dei de cara com o cristo redentor
me deu fome fui comer o p�o de a��car
eu parei foi na tijuca s� pra ver o meu amor
mas eu vinha...

capoeira � manha de preto velho
nascido no tempo da escravid�o
capoeira levou a ra�a negra
ao caminho de sua liberta��o
eu vou dizer a voc� / e digo do fundo do cora��o
essa dan�a , essa luta brasileira
faz o povo vibrar de emo��o
de nova york ao m�xico
e do rio de janeiro at� o jap�o
� no toque de um berimbau viola
seja s�o bento grande ou angola
deixa o corpo rolar normalmente
coro - �h �h �h capoeira � do povo � da gente
�h �h �h que jeito de lutar diferente

morena eu vim de longe
vim aqui s� pra lhe ver
cheguei bem de manh�zinha
volto ao entardecer
mas se tu quiseres que eu fique
basta apenas me dizer
largo o barco e o trabalho
s� pra ficar com voc�
s� n�o largo a capoeira
pois sem ela eu vou morrer
e morto n�o adianta
tu n�o vai � me querer
coro - me leva morena me leva / me leva pro seu bangal�
leva morena me leva / que hoje eu sou aluno, amanh� professor


meu berimbau instrumento genial
meu berimbau voc� � fenomenal
berimbau, instrumento que faz som
toca paz e toca guerra
e tamb�m chula de amor
entro na roda logo vou lhe carinhando
com a baqueta e com a ruela
minha chula vou cantando


vou ligar pra voc� al� al� maria
vou dizer que te amo no final do ano eu vou pra Bahia
� Maria / capoeira eu n�o largo n�o
j� tentei mas meu cora��o / n�o vive sem ela n�o
quem aqui conheceu Besouro / e n�o quer escutar ent�o
a voz de um lamento / ou no jogo de um s�o bento
explodir meu cora��o
coro - vou ligar pra voc� al� al� maria...
capoeira de angola e regional / samba de roda e maculel�
isso t� no meu sangue /t� perto de mim s� falta voc�
coro -


n�o me chama a ambul�ncia / pra levar esse safado
homem ruim igual a este / merece ser enterrado
j� vi muita falsidade / nas rodas que eu andei
j� vi rico ficar pobre / j� vi pobre enriquecer
j� vi muita cobra mansa / dando bote pra valer
j� vi nego batendo forte / dizendo que foi sem querer
mas eu fui na bahia s� pra visitar /
coro - m�e menininha do gantois (gantu�)

chega pra l� o criolo / esse nego quer te derrubar
ele usa rev�lver na cinta / a navalha mandou amolar
quando me avisaram era tarde / o meu peito j� estava a sangrar
o homem caiu de joelhos / berimbau come�ou a tocar
� la� la� la....
coro - � l� l�


quando eu chego nesta roda / sinto o corpo arrepiar
pode estar tocando angola / ou ent�o a regional
troco logo a minha roupa / vem correndo pra jogar
capoeira capoeira
ai meu deus que vontade me d�
- bis coro
j� joguei a capoeira / de pernambuco a cear�
j� joguei l� na bahia / j� joguei no paran�
ai meu deus que vontade me d�

� passarinho que come pedra / sabe o est�mago que tem
cada macaco no seu galho / � o ditado que conv�m
jogo embaixo � angolinha / jogo em cima � regional
cobra coral � miudinha / mas o seu bote � fatal
coro - cobra coral cobra coral
cobra coral o seu bote � fatal

ai se voc� tivesse a sorte como eu
de ter voltado no passado do sert�o
voc� veria que o canga�o � valioso
cangaceiro � perigoso
por um tost�o pode matar
a minha terra era rica pra danar
o que eu queria com certeza tinha l�
mas tamb�m tinha uma forte capoeira
que rolava a noite inteira
at� o dia clarear
roda de fogo de fazer apavorar
cuidado mo�o que este golpe � pra matar
maria bonita gritando desesperada
por favor pare a pancada
que isso a� n�o vai adiantar
o meu amor n�o se disputa nunca n�o
e eu entrego meu cora��o
ao meu querido lampi�o
lampi�o....
conheceu maria bonita e conquistou o sert�o

� meu camarada
venha ver a brincadeira
nego planta bananeira
joga a perna para o ar
algu�m me disse
que isso � coisa brasileira
que se chama capoeira
eu tamb�m quero jogar
coro - na bahia tem dend�
olha leite de coc� xar�u xerer�

dei um passeio com a filha de dona benta
chama ela de pimenta � boa de rebolar
sou capoeira tamb�m gosto de um esquenta
e de tanto esquenta, esquenta eu tive que me casar
camuger� , como t� como t�
coro - camuger�
como vai vos mic�
coro - camuger�
eu vou bem de sa�de
coro - camuger�
vim aqui pra lhe ver
coro - camuger�
inheco inheco tico tico mela mela
eu passei pela capela e vi dois padres no altar
eu dei um pulo , dei dois pulos , dei tr�s pulos
acabei pulando o muro / n�o parei mais de pular
camuger�, como t� como t�
coro - camuger�...
voc� me disse que esse jogo � brincadeira
que esse jogo � besteira e qualquer um pode jogar
mas outro dia vi voc� cair na asneira
de entrar na roda brava e cansar de apanhar
camuger�, como t� como t�
coro - camuger�...
eu vinha descendo , descendo pela ladeira
tomei um tombo de bobeira , um tombo de arrepiar
tava de branco e ch�o sujo de poeira
mas eu sou bom capoeira e safei sem me sujar

vou dizer o que me inveja / hoje s� me causa pena
perdi tudo que j� tive / pelo amor desta morena
leva morena me leva / me leva pro seu bangal� - coro
me leva morena me leva / depressa correndo , pelo seu amor
leva morena me leva / me leva pro seu bangal� - coro
me d� seu amor, seu carinho, que lhe fa�o um ninho cheio de amor
leva morena me leva / me leva pro seu bangal� - coro
� me leva morena e n�o esquece que o dia amanhece e galo j� cantou
leva morena me leva / me leva pro seu bangal� - coro
� me leva para um barraquinho, bem pequenininho l� em salvador
leva morena me leva / me leva pro seu bangal� - coro
� me leva, me beija, me cala, que eu n�o sou da senzala mas sou o pintor
leva morena me leva / me leva pro seu bangal� - coro
me leva pra bem pertinho do seu cora��o, pra ganhar o seu amor
leva morena me leva / me leva pro seu bangal� - coro
� me leva de noite, de dia, fa�o poesia, te falo de amor

voc� precisa conhecer a terra fria
voc� precisa conhecer o doming�o
voc� precisa carregar pedra pesada
nesta cabe�a raspada pra deixar de ser ladr�o
e a mar� levou
coro - caju�
e a mar� leva
coro - caju�
voc� precisa conhecer a capoeira
voc� precisa conhecer o berimbau
voc� precisa carregar peso pesado
nesta cabe�a malhada pra deixar de ser lalau
e a mar� levou
coro - caju�
e a mar� leva
coro - caju�

me chamam de capoeira
eu toco meu berimbau
gosto de fazer can��o
eu n�o sou um homem mau
mas escute camarada
n�o topo provoca��o
se voc� quiser brigar
na roda eu sou o c�o
n�o mexe comigo
que eu n�o mexo com ningu�m
tu mexe comigo eu topo
se topar comigo tem
eu vou falar e quando eu falo , eu falo s�rio
o meu tapa � hospital
meu martelo � cemit�rio
coro

voc� que se diz importante
e joga como ningu�m
importante pra mim foi seu bimba
pastinha meu mestre tamb�m
na roda da capoeira
cada um tem seu valor
respeito at� um aluno
quanto mais a um professor
para ser mestre � preciso
um m�nimo de condi��o
dar aula, tocar instrumentos
ter paci�ncia e tamb�m voca��o
mas n�o se iluda meu camarada
com o que eu vou lhe dizer
enquanto voc� praticava
eu j� ensinava fazer

o meu amor
abriu a porta e foi-se embora
pra ver se capoeira chora
mas eu tive que chorar
choraminguei
ao p� do meu berimbau
irradiado de magia e for�a espiritual
e se amar
� se amarrar em quem se ama
se preparar pra mais um drama
cair na chama e se queimar
eu tamb�m amo
confesso que sou amado
estando certo, estando errado
mas tenho que caminhar
sinceramente, tenho que seguir em frente
arrebentando as correntes
que querem me aprisionar
a capoeira
a maldita liberdade
capoeira � minha arte
arte que faz invejar

ai ai aind�
joga bonito que eu quero ver

a mulher que eu tanto amava
pisou na linha o trem matou
naquela casa l� em cima
n�o existia mais amor

de iai� de ioi�
onde tem capoeira me chama que eu vou

o meu amor foi-se embora
me deixou na solid�o
agora jogo capoeira
com uma dor no cora��o
toca berimbau
bate o pandeiro
chora capoeira
o seu choro verdadeiro
oi t� t� t�
deram um tiro de amor
no cora��o de maria

todo mestre tem uma experi�ncia
que eu vou contar pra voc�s
ele treina prepara o aluno
e n�o ganha s� faz � perder
dedicando toda a sua vida
ensinando a raz�o e o porqu�
mas o aluno � cobra criada
quando cresce s� pensa em morder- bis
n�o adianta meu camarada
n�o d� pra voc� esconder
quanto mais voc� jura eu fa�o
mais o aluno se apega a voc� -bis
mas a vida tem dessas coisas
n�o d� pra voc� esconder
seu orgulho � formar o aluno
e o dele � pisar em voc�

deus n�o d� asa cobra - bis
voc� pode imaginar
deu a voz ao papagaio
macaco n�o vai falar
escreve certo em linhas tortas
voc� pode acreditar
cobra pode ter muita maldade
tem muito que rastejar
eu admiro a coragem
mas tem que saber dosar
dar murro em ponta de faca
coragem n�o vai provar
l� l� l� l� � � �
eu nasci pra morrer n�o sei de qu�

se eu lhe disser
voc� n�o vai acreditar
eu andava amolado
sem poder desabafar
um dia desses
ouvi o som de uma dan�a
onde o corpo se balan�a
sem vontade de parar
cheguei mais perto
pra poder observar
um berimbau e um pandeiro acompanhar
aquele som tocou o meu cora��o
n�o era samba , nem xaxado, nem tamb�m era bai�o
e um camarada ent�o gritou de l�
isto aqui � capoeira se chegou pode chegar
coro - pula que nem sapo � sagas como um lobo
tem mandinga e malandragem / capoeira n�o � bobo



quem � voc� que acaba de chegar - bis
me chamo besouro preto
besouro de mangang�
trago o meu corpo fechado
e carrego um patu�
quem � voc� que acaba de chegar - bis
me chamo besouro preto
besouro de mangang�
venho l� de santo amaro
vim aqui s� pra jogar

capoeira n�o sai da minha cabe�a
capoeira n�o sai do cora��o
capoeira quem joga � mandingueiro
capoeira � jogo de irm�o
coro- capoeira � beleza / capoeira � tradi��o
capoeira � fundamento /capoeira � divers�o
capoeira nasceu foi nos quilombos
e no sofrimento das senzalas
o negro cantava ladainhas
enquanto a cana cortava
coro- capoeira � beleza / capoeira � tradi��o
capoeira � fundamento /capoeira � divers�o
e na roda de capoeira
pode se matar ou morrer
mas tamb�m se joga limpo
o que � bonito � pra se ver
coro- capoeira � beleza / capoeira � tradi��o
capoeira � fundamento /capoeira � divers�o
e pra ser bom capoeira
n�o basta ter aptid�o
isso n�o luta com arma
se luta com o p� e com a m�o
coro- capoeira � beleza / capoeira � tradi��o
capoeira � fundamento /capoeira � divers�o

outro dia eu pesquei
com um anzol uma baleia
ela trazia no lombo
a mais bela das sereias
� mentira , � conversa
� conversa fiada - coro
namorei com uma donzela
rica e feia de mont�o
namorei foi por amor
n�o foi por dinheiro, n�o
� mentira � conversa
� conversa fiada - coro
atirei numa rolinha
acertei num gavi�o
mo�a bonita n�o me prenda
dentro do seu cora��o
� mentira � conversa
� conversa fiada - coro
eu fui na rodovi�ria
apanhar um avi�o
o trem se atrasou
eu peguei uma embarca��o
� mentira � conversa
� conversa fiada - coro


olha a lei do c�o , l� l�
olha a lei da pimenta - bis coro
olha o sangue e chicote
negro est� no tronco
n�o pede clem�ncia, l� l�
olha a lei do c�o , l� l�
olha a lei da pimenta - bis coro
oi eu vou te falar
vou tornar repetir
capoeira que � bom
escorrega mas desce sem cair, l� l�
olha a lei do c�o , l� l�
olha a lei da pimenta - bis coro
capoeira menino
� luta de valente
no risco danado
no pique arretado
que mexe com a gente, l� l�
capoeira menino
� bonito de se ver
� melhor de saber
dona alice me disse
d� chapa de frente
a� com rol� , l� l�
olha a lei do c�o , l� l�
olha a lei da pimenta - bis coro

foi no samba de roda
que eu vi minha preta
perguntei o que foi minha preta
agora voc� vai me falar
ela com muita emo��o
chegou bem pertinho para me falar
hoje eu sonhei com capoeira
jogo bonito na beira do mar
sonhei , eu fui sonhar
capoeira bonita na beira do mar
no balan�o do corpo na beira do mar - coro bis
o coqueiro e a baiana balan�ar
e l� vou eu e l� vou eu e l� vou eu/vou com as ondas do mar
vou jogar capoeira na beira do mar

cuidado mo�o
que esta fruta tem caro�o - coro
mais vale nossa amizade
do que dinheiro no meu bolso
para quem sabe viver
essa vida � um colosso
cuidado mo�o
que esta fruta tem caro�o - coro
ando com o corpo fechado
e o ros�rio no meu bolso
fui criado l� na ro�a
tomando �gua de po�o
cuidado mo�o
que esta fruta tem caro�o - coro
cachorro que � esperto
come a carne e r�i o osso
a mulher quando n�o presta
mata o cabra de desgosto
cuidado mo�o
que esta fruta tem caro�o - coro
voc� pulava muito
no tempo que era mo�o
j� esta ficando velho
olha as rugas no seu rosto
cuidado mo�o
que esta fruta tem caro�o - coro


vamos come�ar a brincadeira
brincadeira de capoeira - bis
tem meia-lua , escor�o e a rasteira
brincadeira de capoeira
vamos come�ar a brincadeira
brincadeira de capoeira - bis
tem mortal , o a� e o palha�o
brincadeira de capoeira
vamos come�ar a brincadeira
brincadeira de capoeira - bis


voc� disse que � malandro - bis
malandro voc� n�o � / se voc� fosse malandro
n�o apanhava de mulher
sai sai catarina / saia do mato venha ver idalina
sai sai catarina - coro